Um Panorama sobre Produtos Digitais

Um Panorama sobre Produtos Digitais

Os orelhões e os pedidos de táxi na rua estão desaparecendo das paisagens urbanas, dando lugar a uma nova era de comunicação e mobilidade. Enquanto os orelhões restantes mal funcionam e aguardam sua retirada pelas empresas de telefonia, o ato de acenar para táxis na rua está se tornando cada vez menos comum.

Hoje em dia, a comunicação e o transporte urbano são predominantemente digitais, graças aos smartphones e aos aplicativos móveis. Até mesmo os telefones fixos estão à beira da extinção. O que antes era feito por gestos e ligações físicas agora é realizado por meio de dispositivos digitais, tornando a vida mais conveniente e eficiente.

Quando falamos em “produto digital”, nos referimos a uma ampla gama de serviços e aplicativos disponíveis online. No entanto, essa expressão pode ser bastante abrangente e confusa. Diante disso, surge a pergunta: como definir precisamente um produto digital e compreender seu verdadeiro significado? Acompanhe aqui um panorama sobre

Do físico ao digital

Do físico ao digital, a definição de produto está passando por uma transformação significativa. Tradicionalmente associado a objetos tangíveis encontrados nas prateleiras das lojas, o conceito de produto agora se estende ao mundo digital de maneira abrangente e revolucionária.

De acordo com uma definição útil do marketing, um produto é qualquer objeto ou serviço oferecido no mercado com o propósito de satisfazer as necessidades ou desejos dos consumidores. Historicamente, os produtos físicos eram distinguidos dos serviços não materiais, mas essa distinção está se tornando cada vez mais difusa no cenário digital.

Jules Ehrhardt, fundador do estúdio de “capital criativo” FKTRY, oferece uma nova perspectiva ao definir um produto digital como qualquer produto ou serviço ativado por software que oferece utilidade aos seres humanos. Neste contexto, aplicativos de transporte como Uber e 99, serviços de entrega como iFood e Rappi, aplicativos bancários e interfaces de compra em smartphones são exemplos proeminentes de produtos digitais.

Essa mudança reflete a crescente interseção entre o mundo físico e digital, onde as fronteiras entre produtos tangíveis e intangíveis estão se tornando mais fluidas, ampliando o acesso dos consumidores a uma variedade maior de produtos e serviços.

Mas são produtos ou serviços digitais?

A distinção entre produtos e serviços digitais pode parecer confusa à primeira vista, especialmente quando consideramos exemplos como aplicativos de transporte e delivery. No entanto, essa convergência entre produtos e serviços é uma realidade inevitável em um mundo cada vez mais orientado por softwares.

Para Jules Ehrhardt, o aspecto fundamental na definição de um produto digital são os softwares. Ele enfatiza que o ponto de contato dos usuários com um produto ou serviço pode se dar em várias plataformas, como web, dispositivos móveis e tecnologias vestíveis, mas é o software que serve como o elo de ligação entre a interface que utilizamos (front-end) e o sistema que executa todas as operações (back-end).

Em termos mais acessíveis, Rob Boyett, da Idean, destaca a complexidade da exposição dos consumidores aos produtos digitais. Ele compara essa experiência a uma “sopa” de mensagens de marketing e utilidade, onde é difícil separar uma da outra. Portanto, isso reflete a interseção cada vez mais fluida entre produtos e serviços digitais, onde a linha entre eles está se tornando cada vez mais tênue.

Jamais “temos” um produto digital

A dinâmica da propriedade é uma questão crucial quando se trata de produtos digitais, como aponta Boyett. Ao contrário dos produtos físicos, onde geralmente possuímos o objeto em si por um período ou indefinidamente, os produtos digitais mudaram essa dinâmica. Não “possuímos” produtos digitais da mesma forma; em vez disso, nos tornamos usuários dos serviços que oferecem. Por exemplo, podemos alugar uma bicicleta por meio de um aplicativo por um período específico ou acessar todas as músicas de uma banda por meio de serviços de streaming como Spotify ou Deezer.

Boyett oferece outra definição esclarecedora: “Produtos digitais são muitas coisas com múltiplos donos, cada um com a habilidade de alterar o produto depois que a venda é realizada.” Isso destaca a natureza colaborativa e evolutiva dos produtos digitais, onde os dados coletados ao longo da jornada do consumidor são utilizados para aprimorar continuamente a experiência do usuário. Por exemplo, uma bicicleta alugada pode ser equipada com acessórios adicionais com base no feedback dos usuários, ou um serviço de streaming pode oferecer recomendações personalizadas com base nas preferências de audição de cada espectador. Essa capacidade de adaptação e melhoria contínua é uma das características distintivas dos produtos digitais e reflete a natureza dinâmica e interativa do ambiente digital.

Nem tudo são flores

Embora os produtos digitais ofereçam muitas vantagens, recentemente surgiram diversos desafios nesse campo. Segundo Boyett, 2018 foi um ano complicado para os produtos digitais devido à revelação de práticas obscuras de crescimento a qualquer custo e ao abuso no uso de dados por parte de algumas empresas.

Diante desses problemas, Boyett propõe uma atualização na definição de Jules Ehrhardt, enfatizando a importância de estabelecer uma relação transparente e mutuamente benéfica entre empresas e consumidores. Ele destaca que os benefícios dessa relação devem ser claros para ambas as partes envolvidas.

Assim, a definição atualizada de um produto digital, segundo Boyett, é a seguinte: “Um produto digital é um produto ou serviço ativado por um software que oferece alguma forma de utilidade a um ser humano. E um produto digital deve proporcionar uma relação mutuamente benéfica para empresas e consumidores. Os benefícios dela retirados precisam ser transparentes para ambos.”

Além disso, existem outras diferenças fundamentais entre produtos digitais e físicos. Por exemplo, os produtos digitais não têm custo de prateleira, ao contrário dos produtos físicos. Além disso, os produtos digitais começam a ganhar valor assim que são lançados, devido ao uso de dados, enquanto os produtos físicos tendem a perder valor após serem disponibilizados nas lojas.

O que vem por aí

À medida que avançamos para o futuro, é evidente que os produtos digitais desempenharão um papel central no varejo. Portanto, especialistas como Jules Ehrhardt e Rob Boyett reconhecem que os consumidores estarão cada vez mais no centro do design desses produtos. Destaque para a autenticidade na criação de experiências genuínas e relevantes.

Novas tecnologias, como pesquisa por voz, moldam o cenário digital. Nomes como Alexa da Amazon e Bixby da Samsung se tornarão mais presentes, com alta taxa de conversão.

Os “micro-momentos” impactam o desenvolvimento de produtos digitais. São oportunidades cruciais de conexão com o público-alvo. Segundo o Google, vivemos em média 150 desses micro-momentos por dia.

Produtos digitais testemunham mudanças constantes. Enquanto orelhões e pedidos de táxi diminuem, a tecnologia simplifica nossas vidas. Empresas e profissionais precisam se adaptar, aproveitando oportunidades para criar experiências inovadoras e satisfatórias para os consumidores. Continue acompanhando nosso blog para ficar por dentro de tudo.

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