Um relatório sobre a evolução das regras de privacidade de dados nos meios digitais foi divulgado pela Meta, empresa que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, sobre a evolução das regras de privacidade de dados nos últimos anos.
O estudo da Meta, feito em conjunto com a Deloitte, chamado de “A Marketer’s Guide to Privacy-Enhancing Technologies” detalha as principais demandas e tendências relacionadas à proteção dos usuários. O documento, intitulado “Privacy Matters: How We’re Building a More Private Future”, apresenta as principais iniciativas da companhia para proteger os dados pessoais dos usuários e cumprir as leis e regulamentos vigentes em diferentes países.
Segundo o relatório, a Meta tem investido em tecnologias e ferramentas que permitem aos usuários ter mais controle sobre seus dados, como a criptografia de ponta a ponta, o modo anônimo, o gerenciador de atividades fora do Facebook e o centro de privacidade. Além disso, a empresa afirma que tem colaborado com autoridades, organizações da sociedade civil e especialistas em privacidade para desenvolver padrões globais e consistentes sobre o tema.
O relatório também destaca os desafios e as oportunidades que a Meta enfrenta no cenário atual, como a transição para uma internet baseada em metaverso, a expansão da inteligência artificial e o aumento das ameaças cibernéticas. A empresa diz que está comprometida em construir um futuro mais privado e seguro para seus usuários, respeitando os direitos humanos e os valores democráticos.
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Tecnologias de aprimoramento da privacidade: as novas aliadas da privacidade de dados
A privacidade de dados é um direito fundamental dos cidadãos e uma exigência legal para as empresas que coletam, armazenam e processam informações pessoais. No entanto, a Meta quer garantir a proteção dos dados em um mundo cada vez mais conectado e digitalizado é um desafio complexo e dinâmico, que requer soluções inovadoras e eficazes.
Nesse contexto, surgem as Tecnologias de Aprimoramento da Privacidade ou Privacy-Enhancing Technologies (PETs, na sigla em inglês), que são ferramentas que visam aumentar o nível de privacidade dos dados, reduzindo os riscos de vazamento, uso indevido ou acesso não autorizado. As PETs podem ser classificadas em três categorias principais: tecnologias de minimização de dados, tecnologias de proteção de dados e tecnologias de empoderamento dos usuários.
As tecnologias de minimização de dados são aquelas que buscam reduzir a quantidade e a sensibilidade dos dados coletados, armazenados e processados, seguindo o princípio da minimização de dados. Alguns exemplos são o anonimato, a pseudonimização, a agregação, a generalização e a eliminação de dados.
As tecnologias de proteção de dados são aquelas que buscam garantir a segurança e a integridade dos dados, seguindo o princípio da confidencialidade. Alguns exemplos são a criptografia, a autenticação, a autorização, o controle de acesso e a auditoria.
As tecnologias de empoderamento dos usuários são aquelas que buscam dar aos usuários mais controle e transparência sobre seus dados, seguindo o princípio da responsabilidade. Alguns exemplos são o consentimento informado, o direito de acesso, retificação, exclusão e portabilidade dos dados, o gerenciamento de preferências e o mecanismo de reclamação.
As PETs podem ser aplicadas em diversos domínios e setores, como saúde, educação, finanças, comércio eletrônico, redes sociais, internet das coisas e inteligência artificial. Elas podem trazer benefícios tanto para os usuários quanto para as empresas, como maior confiança, lealdade, competitividade, conformidade e inovação.
As PETs são, portanto, as novas aliadas da privacidade de dados, que podem contribuir para um desenvolvimento tecnológico mais ético, sustentável e humano.
Estratégia de Marketing
Para criar um ambiente seguro de manuseio de dados, não basta ter um conhecimento superficial sobre as tecnologias e recursos disponíveis: é preciso ter uma compreensão mais aprofundada sobre a relevância do tema, e isso só pode ser feito com campanhas de educação dentro das organizações.
Os profissionais de marketing têm um papel crucial nesse processo: divulgar e comunicar internamente políticas, requisitos e boas práticas de segurança e privacidade de dados.
Aqui destacamos as recomendações do guia para se preparar para esse cenário.
Invista na educação sobre privacidade de dados
Conhecer o que são as PETs e sua importância é o primeiro passo na criação de um ambiente seguro para dados. Todos dentro de uma empresa (do estagiário à diretoria) devem ter entendimento sobre as estratégias de privacidade de dados e a relação destas com o posicionamento da marca.
Entenda onde seu negócio está hoje
Aqui entra uma pergunta fundamental: “sua empresa está ciente das mudanças nas regras de privacidade de dados? ”. Além disso, saber quais dados a organização utiliza, como eles são coletados e protegidos irá determinar os próximos passos nas estratégias de confidencialidade.
Faça sua estratégia de dados tão colaborativa quanto seu negócio
Construir e aplicar uma estratégia de privacidade de dados não deve ser responsabilidade apenas dos times que são mais impactados por ela, como Marketing e Produto. Ter uma sinergia entre estes grupos e os de TI e Jurídico, por exemplo, tornará as ações de privacidade mais efetivas.
Aprimore seus recursos de consentimento e privacidade de dados
Garantir a privacidade de dados vai muito além de um texto de consentimento em formulários de páginas web. Governança de dados, políticas de privacidade e investimento em tecnologia são os recursos necessários para construir um sistema confiável para coleta e manuseio de informações no meio digital.
Faça parcerias e experimentos
Para construir uma arquitetura de proteção de dados utilizando as PETs é necessário contar com uma consultoria especializada. Realizar testes e experimentos com soluções de aprimoramento de privacidade também é recomendado.
Além disso, o benchmarking com outras empresas pode ser interessante para entender como elas protegem seus dados e de terceiros, adaptando o que fizer sentido para a sua realidade.
Em um contexto complexo de manuseio de informações, o principal desafio do marketing digital é alcançar novos clientes e criar experiências cada vez mais personalizadas, aliadas à uma governança de dados eficiente.
As PETs sinalizam um caminho, como detalha o relatório da Meta, mas é preciso investir na educação dentro das empresas sobre a seriedade com que a privacidade de dados deve ser tratada nas organizações.
Quanto mais soluções para otimizar a privacidade de dados em uma empresa, menores as chances de lidar com crises de vazamento de informações.
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