O Instagram, no fim de 2022, realizou pesquisa (via parceria WGSN) com 1.200 usuários americanos da plataforma com idades entre 16 e 24 anos – a famosa e conectada Geração Z. Estes jovens, nascidos no fim da década de 1990, com forte intimidade e relação com o universo digital, começam a definir e influenciar inovações tecnológicas e cenários econômico-sociais. A pesquisa (Instagram Trend Report 2023) revela seus respectivos comportamentos e define/compartimentaliza a geração Z: em 9 tendências digitais para 2023 (na plataforma e na sociedade). Acompanhe a seguir essas “previsões” e o que esperar do futuro (aos olhos deles).
Reciclar, reutilizar, reconstruir
Sustentabilidade é a palavra-chave para a geração Z! O “faça-você-mesmo” integrado à moda promete se fortalecer em contraposição ao fast-fashion. Mais da metade dos entrevistados disse que planeja de alguma forma adaptar ou criar suas próprias peças.
Tal comportamento tem forte impacto no varejo e atacado, mas sobretudo no e-commerce: venda de peças duráveis, brechós online, trocas e compartilhamentos, aluguéis de peças – o comércio eletrônico de moda precisará se adaptar!
Ativismo
Em 2023, a maior parte da geração Z comprará para apoiar causas de que acreditam. Essa geração é ativista e investe em quem organicamente compartilha de suas ideias e posicionamento. A preocupação com o meio ambiente, justiça e igualdade, identidade de gênero e política devem influenciar suas decisões.
Três em cada quatro usuários diz querer seguir influenciadores com alguma deficiência física ou intelectual. Figuras reais no mundo digital!
Clima e beleza
Para a geração Z, longe de esconder a idade ou se adequar a um padrão de beleza, maquiagem e produtos cosméticos são uma forma de auto expressão. Maquiagem experimental e looks expressivos como afirmação social e de gênero são esperados. Filtros do Instagram, portanto, voltados ao rejuvenescimento ou harmonização facial ficam em segundo plano.
O gosto por cosméticos e maquiagem segue o ativismo da geração ao buscar produtos não testados em animais e ambientalmente responsáveis. Os impactos da mudança climática, por conseguinte, forçam esses consumidores a procurar produtos para condições mais extremas (de temperatura, sol, etc.).
O metaverso
Ele é claro, não podia faltar: o polêmico e onipresente metaverso! A geração Z planeja construir um mundo mais reconhecível aos seus olhos, expressar sua individualidade e dedicação à igualdade nos ambientes digitais. Por exemplo, 67% dos usuários da geração Z acreditam que os avatares devem refletir diferentes tipos corporais e tons de pele.
Mais da metade da geração Z afirma que planeja se inspirar nas tendências de moda e beleza dos avatares em 2023. E o metaverso está de olho nisso – o influenciador digital está cada vez “mais digital” por assim dizer.
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Monetização
Quem acha que a geração Z não se preocupa com dinheiro está enganado! Quase dois terços dos usuários planejam usar as mídias sociais para ganhar dinheiro em 2023. A criação de conteúdo não está mais reservada aos influenciadores profissionais. 64% da geração Z planeja monetizar projetos online.
Viralizar de forma orgânica é um dos principais objetivos e meios de obtenção de renda desses usuários no universo digital. Embora grande parcela dessa geração utilize o Instagram profissionalmente, metade dos usuários diz criar conteúdo para se expressar e se divertir (esperando que viralize)!
Intercâmbio culinário
A influência culinária das redes sociais terá ainda mais destaque em 2023! Cozinheiros, restaurantes e serviços de catering precisam ficar atentos ao universo digital e suas oportunidades. Segundo a geração Z, 68% dos usuários mostram-se abertos a experimentar novas comidas de diferentes culturas descobertas online.
Seja através de influenciadores ou de forma orgânica, o Instagram é um poderoso portal de descobertas e divulgação de diferentes culinárias/cozinhas globais.
Comunidade e participação
A figura distante e inatingível do influenciador digital deve ficar para trás! Transformar em realidade as experiências e relacionamentos digitais é uma das prioridades dos novos usuários. Quase um terço deles apoia experiências de encontro e comunidade, como convenções e meet&greet.
Os influenciadores e criadores de conteúdo, ainda, precisam ficar atentos às novas mídias e veículos de comunicação. Os podcasts, por exemplo, ganharam força nos últimos anos e tendem a se manter no topo. 40% da geração Z quer escutar podcasts de seus influenciadores favoritos em 2023.
Raves e globalização
As raves prometem voltar com tudo em 2023! Experiências musicais ao estilo/formato de raves são amadas pela geração Z. 68% desse público usuário de redes sociais planeja ou quer participar de um evento desses.
As fronteiras musicais também se tornam mais fluídas. Essa próxima geração abraça a música global e a descoberta de diferentes ritmos e estilos musicais locais. Não a toa, é possível notar um número cada vez maior de artistas do mainstream embarcando em carreiras internacionais (Anitta, Luan Santana, Gustavo Lima, entre outros), além é claro da fama viral de artistas independentes apresentados pelas redes.
Mais da metade da geração Z planeja escutar música de outras línguas (que não o inglês) em 2023. Gêneros como o K-pop e o Latinx são tendência no Instagram.
Relacionamentos
A força das DMs (Direct Messages) segue em 2023, para a geração Z como importante artifício para se sentirem mais confortáveis e vulneráveis. As mensagens ditam o ritmo das conexões e conversas entre amigos e interesses amorosos.
O Instagram aparece como forte ferramenta de namoro para essa geração, que diferentemente da anterior, prefere as mensagens como uma forma mais transparente de conexão (no lugar dos aplicativos de match amoroso).
Fiquem ligados: a geração Z é altamente engajada em astrologia e horóscopo. Metade dos usuários de mídias sociais responderam que não se envolveriam com alguém astrologicamente incompatível!
Evidentemente o comportamento digital e tais tendências da geração Z para 2023, observadas em pesquisa, tendem a se misturarem e fundirem com anseios e comportamentos digitais de outras gerações. Os Baby Boomers (1945 – 1964) e a geração X (1965 – 1981) reivindicam softwares e redes sociais mais intuitivas e adaptáveis, com foco cada vez maior na inclusão digital. A geração Y (1982 – 1994), por sua vez, maioria da força de trabalho atual, costuma enxergar as redes sociais e inovações com certa reticência e visão mais crítica. Essas características inerentes às diferentes gerações promete enriquecer e dinamizar ainda mais o cenário digital, o ano de 2023 e por conseguinte, nosso futuro! Quem viver, verá!
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